MUSA

Ó que amor, de memória tão vermelha,

Em tua pele nua, que sobejo,

Ardor, e de um queixume, que te vejo;

A fugir como mel de doce abelha,

Num silêncio encrostado de teu pejo;

Sobe à minha lembrança, como telha

Quebrada, do ciúme, e de fedelha,

Em lascivo, e infinito meu desejo!

De alma e corpo deveras tão faminto,

Em teias, que amor vê nu, em memória;

Que meu peito, assim bate por instinto

De te querer amor, de uma simplória

Delicadeza, em tanta sede, a sinto

Neste espaço, da esparsa minha história!

Angelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 08/08/2013
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