Sonhos lídimos

Anelei tua aurora, tão celeste!--

— Por que deste demora ao enleio?

Nobre, congratulei, não vieste.

— Por que sois afincada e sem freio?--

Entrevi tua vinda, inconteste...

Acolhi-te, tão linda, entre anseios

— Virias, inda que não pudeste?

– Ah, se soubeste destes meios!--

Formei o verso, pleno em devaneio.

No teu corpo, sereno, permeio...

Desprovido e ameno ao luar...

Na métrica, amei-te em cheio!--

Com ósculos amorosos nos seios...

Sobre o mar oloroso do ternar...!

(Airton Ventania)

Airton Ventania
Enviado por Airton Ventania em 07/08/2013
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