Sonhos lídimos
Anelei tua aurora, tão celeste!--
— Por que deste demora ao enleio?
Nobre, congratulei, não vieste.
— Por que sois afincada e sem freio?--
Entrevi tua vinda, inconteste...
Acolhi-te, tão linda, entre anseios
— Virias, inda que não pudeste?
– Ah, se soubeste destes meios!--
Formei o verso, pleno em devaneio.
No teu corpo, sereno, permeio...
Desprovido e ameno ao luar...
Na métrica, amei-te em cheio!--
Com ósculos amorosos nos seios...
Sobre o mar oloroso do ternar...!
(Airton Ventania)