(Anjo do Juízo Final, cemitério São Francisco Xavier, Rio de Janeiro)
“…E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da Morte a me bradar; descansa!”
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da Morte a me bradar; descansa!”
(Augusto dos Anjos, in A Esperança)
PRELÚDIO DE MORTE
Atravessei os enormes corredores
Do silente jardim, quase perdida,
Através duma moldura de flores,
Vi teu pálido rosto, já sem vida...
À sombra dos altaneiros ciprestes,
Parei por um momento, enfraquecida...
Por entre as estátuas, o vento agreste,
Impeliu-me e quase caí, esmorecida.
Que infinitos pesares - que martírios -
Se soltaram da minh’alma em delírios!
Como é cruel a dor da despedida,
Eis que perdi o regozijo de viver!
Contigo enterrei as alegrias da vida,
E todas as lágrimas desde o nascer…
Ana Flor do Lácio
Obrigada, Miguel Jacó, pela sua presença e lindíssima interação.
ÂMBITO SEPULCRAL
O nosso reencontro no âmbito sepulcral,
Desbastou todo o ranço dum mal viver,
E foi doloso nos sentirmos tão desiguais,
Não foi propósito um simultâneo ofender.
Tua presença me causou uma tremedeira,
Não fosse morto também teria desfalecido,
Em seguida recuperei o brilho da estrela,
E renasci já com as nuances da nova vida.
Já unificados em correntes de forte enlace,
Eu dei a ti um certo apoio duma alma fria,
Para te guiar na aceitação da minha lápide.
Não é impune este cenário que vislumbras,
Terás momentos de incertezas e desconserto,
E a face fúnebre da minha negra catacumba.
Miguel Jacó
Atravessei os enormes corredores
Do silente jardim, quase perdida,
Através duma moldura de flores,
Vi teu pálido rosto, já sem vida...
À sombra dos altaneiros ciprestes,
Parei por um momento, enfraquecida...
Por entre as estátuas, o vento agreste,
Impeliu-me e quase caí, esmorecida.
Que infinitos pesares - que martírios -
Se soltaram da minh’alma em delírios!
Como é cruel a dor da despedida,
Eis que perdi o regozijo de viver!
Contigo enterrei as alegrias da vida,
E todas as lágrimas desde o nascer…
Ana Flor do Lácio
Obrigada, Miguel Jacó, pela sua presença e lindíssima interação.
ÂMBITO SEPULCRAL
O nosso reencontro no âmbito sepulcral,
Desbastou todo o ranço dum mal viver,
E foi doloso nos sentirmos tão desiguais,
Não foi propósito um simultâneo ofender.
Tua presença me causou uma tremedeira,
Não fosse morto também teria desfalecido,
Em seguida recuperei o brilho da estrela,
E renasci já com as nuances da nova vida.
Já unificados em correntes de forte enlace,
Eu dei a ti um certo apoio duma alma fria,
Para te guiar na aceitação da minha lápide.
Não é impune este cenário que vislumbras,
Terás momentos de incertezas e desconserto,
E a face fúnebre da minha negra catacumba.
Miguel Jacó