Semeia e colhe

Pobre de ti, homem, que vais culpando a vida

e maldizendo os pesares do teu peito;

não sabes tu que a dor que te castiga

é a semente que te cabe por direito?

Lamenta-se em vão a natureza perseguida

e arranca, cada um, na ceifa, seu proveito;

troam centenários troncos na mata descaída,

peixes plenos de azougue disseminam o mal foi feito.

Enquanto o homem traça sua sina

de sede e de miséria em seu futuro,

a natureza, na revolta, os abomina.

Vão secando os rios, bichando os frutos,

o alvor dos olhos torna-se ao escuro

e, ao final, seremos todos tristemente brutos.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 08/04/2007
Reeditado em 24/06/2007
Código do texto: T442308