RETRATAÇÃO!



RETRATAÇÃO!
Silva Filho

Deveras, não há razão para ferir a flora.
Nem mesmo com um verso inconsequente,
Que tem um canto cruel, sempre dolente,
Vagando por aí – sem ter lugar nem hora.

A Natureza... que tem sido conivente,
Também, às vezes, de tristeza chora
Quando um rio de lágrimas, pelo mundo afora,
Faz murchar uma flor... tão inocente.

Que fossem imarcescíveis essas flores,
Indiferentes aos efeitos dessas dores
Que passam beliscando nas floradas!


Que venham versos jardineiros, indolores,
Multiplicando, no vergel, as suas cores,
Inda que fiquem de serão nas madrugadas!