Antítese sem paradoxo
Não há quem escape das dores humanas
- e outras são mais insistentes que umas.
Tem as que são claras, as negras, as brumas;
também as tangentes, as curvas e as planas...
Há dores que chegam por perda ou escolha;
já tantas se vão pelos mesmos motivos.
Mui poucas nos fazem sentir até vivos,
e certas nos põem a viver numa bolha.
Há dores que esgotam: assim, simplesmente!
E há as menores, que ardem um bocado,
e ao fim aliviam o corpo e a mente.
Mas a solidão - essa dor de um só lado -
é coisa que bem cabe em tese demente:
ser fardo vazio, porém tão pesado!