DESERTO
Quase a morrer em meio à seca do deserto,
vive entre as pedras, muito além do seu destino,
árvore seca, e esgalha o tronco e um ramo fino
procura o azul e sonha estar do céu mais perto.
Houvesse a chuva, houvesse um pobre peregrino,
que ali deixasse um quase olhar, talvez – que incerto! –
deitasse um broto e um germe ainda pequenino,
fosse a certeza de um verdor mal encoberto.
Tão sem cuidado, entregue à própria natureza,
na solidão da areia, eternamente presa,
quase não tem mais seiva e dorme enquanto espera...
Não há sinal de chuva e nem de primavera!
Mas passarinhos já fizeram dela um pouso,
qual miradouro para um mundo mais formoso.
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