Um Alexandrino?
Há um resto esquecido pelo avesso
É um terço do que pede a equação,
Sim ou não nos extremos ditam o verso
Que, inverso, viaja sem direção.
Contra mão da poesia, me envaideço
De começo, como é dura minha mão!
Nega o pão ao soneto, que - possesso -
Só procura um pretexto, queira ou não.
Não faz sentido o quadrado dos catetos,
Rasgo o folheto que em meus versos ocultava,
Arranco a trava da razão, monto quartetos,
Que levam meu soneto até a oitava...
Já são doze, mais dois: Um Alexandrino?
Recolho este profano... Meu menino!
JRPalácio