NÃO VIU, NEM NO SEU SONHO MAIS PERFEITO...
Não viu, nem no seu sonho mais perfeito,
tamanha paz, tamanha quietude...
Era-lhe a vida, sempre vil e rude,
um mal sem fim a arrebentar no peito.
Deixou de si, talvez, um bom conceito;
nada, porém, também, de magnitude.
Viveu consigo mesmo e, amiúde,
falava com as estrelas, contrafeito...
Um dia, então, foi-lhe juntado tudo:
O mal sem fim, a solidão do tempo
e a tão sonhada vida sobretudo...
Sim, só assim, após sua partida,
sente a paz e possui o passatempo
que não tivera nunca em toda a vida.