GEOGRAFIA

Ao coração de alguém

Ando deveras como quem palmilha,

em páramos tão bruscos quanto parcos...

Por mais que, todo o mundo, com meu barco,

navegasse nas mais longínquas trilhas!

E, das distâncias todas, fosse a milhas,

em caminhos tortuosos feito arco...

Todas as plagas deste globo abarco,

e isolado tal qual u'a nesga de ilha,

sinto-me diante desse lugarejo,

desconhecido e inexplorado que almejo!

E, ao percebê-lo, todo me desmancho!

Por ser assim tão cheio de borrascas,

só de senti-lo, deixa-me essas lascas,

esse caminho irredutível e ancho.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 02/08/2013
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