DEUS GÓTICO
Bebendo em taça escura o negro sangue
Da escuridão, que o mal atroz imunda;
Brotado do silêncio em vagabunda
Sombra, que mais vagueia pelo gangue
Da tal morte invasora de seu tangue
Asqueroso, em mortalha, que se afunda
Num horizonte morto, de contunda
Respiração na dura boca mangue!
Louco ritual do sábio feiticeiro,
Que sem medo, da terra faz o pó;
Das trevas o seu único parceiro...
De negro assim caminha sem ter dó,
Dos compostos humanos, de carnais
Corpos, que assim propaga seus ideais.
Angelo Augusto