Regra inflexível
“Por mais que eu tente hoje sou só um esboço,
Não tenho as cores e nem a energia de moço;
Sentimento de saudades é o que eu mais ouço,
Agora tudo que faço requer um grande esforço.”
Esse lamento eu escutei de um homem velho,
Quando eu o vi manusear o seu vetusto relho,
Ao mesmo tempo em que dava seu conselho:
“Olhe bem para mim pois sou o seu espelho.”
Hoje me lembro da sua queixa de forma clara,
Já que “O tempo marcha de inexorável forma”,
É preciso saber a hora de tirar a nossa máscara.
O velho e seu relho me ensinaram uma norma
Que na hora em que no espelho vejo minha cara,
Penso: de que me adiantaria uma fútil reforma?