FOME DE AMOR!




FOME DE AMOR!
Silva Filho

No vaivém de quem procura alguém,
Qualquer pedra pode ser meu travesseiro,
Qualquer orvalho pode ser o meu chuveiro,
Qualquer quimera pode ser meu bem!

A minha sede terá água num ribeiro,
A minha fome do ribeiro vai além,
Porque a fome de amor não se contém
Com o simples menu do churrasqueiro!

Sou mesmo nômade - talvez um beduíno,
Assim perdido - com a cara de menino,
Sem perder a noção da travessura!

Por esses bosques que me dão asilo,
A solidão está compondo o meu estilo
Com diversos figurinos da tristura!