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RILHANDO UM OSSO [435]



Olhei um cão, deitado na calçada,
rilhando um osso duro de roê-lo;
e, bem a ver o cão, com tal desvelo,
o bicho se abraçava àquela ossada.
 

Lembrei o tanto que te fiz apelo,
quando, por ti, com alma deslumbrada,
trincava ossos muita vez por nada,
sem no meu lábio tu nem dares selo.
 

Depois de tempo, o cão se fez ao largo,
da ossada limpa deu sinal de ida
e foi bisonho embora do seu cargo.
 

Também me vi assim, que nem o cão:
um traste só, deposto da investida,
sem me conter de ir-me e ter-te em vão.

 

Fort., 1º/08/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 01/08/2013
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