Devaneio
Edir Pina de Barros

À sombra das mangueiras majestosas
Adormeci, ouvindo passarinhos
Que, aos poucos, retornavam aos seus ninhos,
A pipilar, contando tantas prosas.

Araras, como sempre, escandalosas,
Pousando nos coqueiros dos caminhos,
Trocavam mil afagos e carinhos,
Virando os seus olhinhos, tão dengosas.

A tarde declinava bela e triste,
Depois de um dia calmo e assim risonho,
e o sol morria, feito um velho antiste.

Mas quando um urutau cantou tristonho,
Um canto que ainda agora em mim persiste,
Eu despertei. E tudo foi um sonho!
 
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 01/08/2013
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