CISNES

Na paz do lago, na roupagem branca,

nadam os cisnes, brancos, displicentes,

olhando bem no fundo e na barranca,

em busca de alimento ou de sementes.

Um olha alguma coisa e logo arranca

a folha que vai presa nas correntes;

o outro segue atrás, lá na retranca,

prescrutando as funduras transparentes.

O par, que assim desliza em sincronia,

repete os movimentos sinuosos,

num ritmo perfeito e natural...

O frio do vento bate e arrepia

os lírios que tremulam vagarosos.

(E a vida é nada mais que um ritual!)