PAGO O PREÇO DO TEU CONTENTAMENTO
Eu contento-me em vida sempre triste;
Pago o preço do teu contentamento,
Nem que por isso viva meu lamento,
A ver já dos meus olhos que partiste.
No maior bem que assim melhor te assiste,
Pesa-me o maior mal do meu tormento;
Que não pode parar no esquecimento,
Se sempre assim lembrar que me mentiste.
No meu pranto em verdade eternamente,
E tu mesmo contente da mentira,
Vives como se fosses dela crente!
Que sorte desta falsa e má safira,
Deste triste passado tão presente,
E um futuro que amor jamais me tira.
Angelo Augusto