(foto da autora)
 
 


FLORES DE PEDRA

Que buscas na escuridão da noite, alma mia?
Que procuras no ocaso da sombra, olhar meu?
Na terra jaz a alegria que senti, um dia,
Só restou o silêncio, tudo escureceu…
 
Porque te foste, ó maior dos amores?
Qual a razão de me deixar aqui tão só?
Sinto-me sucumbir perante tantas dores,
Pouco a pouco vou-me desfazendo em pó…
 
Não sei mais quando é noite, quando é dia,
Nada mais é distinguível neste pesar;
Porque te foste, pássaro da alegria?
 
Não mais ouvirei o teu alegre gorjear!
Meu jardim é agora um ermo santuário,
Flores de pedra... um túmulo solitário... 
 
Ana Flor do Lácio







Obrigada, Miguel Jacó, pela sua presença e lindíssima interação.
Um abraço, com a amizade e a consideração de sempre.

 


NÃO ME FOSTES COMPENSATÓRIO GUARDIÃO

Teu corpo não me fostes compensatório guardião,
Não me prives por agora ser um mero expectador,
Das mazelas que irão juntas à sepultura amanhã,
Encerrando uma existência conduzida sem o afã.

O viver é espontâneo mas contem suas demandas,
Os tantos vícios inerentes e pessoas são profanas,
Respiram suas mazelas quando a alma se desfaz,
E buscam justificativas pra desalentos costumas.

Desnorteados somos vítima e descasos a deriva,
Não sabemos mas ao certo quando a vida é fiel,
Pousamos de banqueiros nosso espírito esmoléu.

Te refaz em outros prantos me abandona por aqui,
Se acaso lembrar de mim não esqueças já morri,
Mas a culpa não é só sua, pois eu falhei e desisti.

Miguel Jacó

 
Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 31/07/2013
Reeditado em 01/08/2013
Código do texto: T4413659
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