Primeiro motor

Quando do primeiro encontro com o Amor,

Eu ainda era adolescente, li um belo soneto:

“Busque Amor novas artes”, lindo quarteto,

Primor feito de um sentimento muito maior.

Depois vi que Amor era meu grande epíteto,

Que nunca com ele a vida poderia ficar pior,

Nem jamais na vida eu me sentiria inferior;

E, “Não temo contrastes”, estava completo.

“Amor um mal”? Recusei-me a crer nisso;

Pois “Pera mata-me” é preciso ser omisso,

E, pela vida inteira, dele fui seu submisso.

Agora que as pratas já andam me tingindo,

Eu creio que o soneto é, ainda, o mais lindo,

E o “um não sei quê” continua me nutrindo.

Le Roy
Enviado por Le Roy em 31/07/2013
Reeditado em 02/08/2013
Código do texto: T4413400
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