Soneto de um Vislumbre no Espelho
Laborioso esse penar, escasso;
e o cerne vivo não padece
ao grito mudo que estremece
no eco surdo desse mundo crasso.
Voluptuoso o seu olhar, desfaço;
e fujo os becos dessa encenação
rasgando flores no meu coração
e a inspiração constante eu caço.
Agora muda-se rima em destreza,
muda-se o passo, amor e fortaleza;
então o riso agora uma ribalta
e a voz é grito em uma nota alta
quando no espelho senti sua falta;
deixei assim partir minha natureza.