Jamais saberás!
O broto que acorda a primavera,
Sorrir em mim os mais íntimos alvores.
Fruir na relva límpida quimera,
Vida e amor, como se fossem flores!
Ao me veres tão alva, transfigurada
Como a pétala de um jasmim com dor.
Ser o sonho no teu - a aterna amada -
Renunciar num murmurar padecedor.
Viver no grito do último suspiro
O acorde pulmonar que em ti respiro
Entregue à morte, à vida declinar...
No medo de um silêncio frio, intruso
Que te apraze o lugar de meu verdugo
Ser o morrer de não poder te amar.
Canoas, 05 de abril de 2007/RS