MINHA GUERRA
Aqui, em minhas mãos, carrego a arma
que tenho utilizado em loucos crimes...
Pobre de mim, que miserável carma,
quisera ter intentos mais sublimes...
Mas eis que vago como um mercenário
a serviço talvez da própria sorte
que, sem nenhuma paga, tão precário,
a si mesmo se nutre e é duro e forte.
Sim, eis que vou armado em meu intento,
sem me importar com a glória do futuro;
vago vazio, envergo vime e vento,
e na guerra que travo, limpo e puro,
verto meu próprio sangue na agonia,
transformo minhas dores em poesia...