Soneto Vespertino
Sublime o sol que então se vai,
deixa a cor do arrebol e se esvai
lá pelas bandas por detrás do morro,
por onde a noite já grita socorro.
Sublime a estrela no céu a despontar
seus raios fulgentes no espelho do mar;
e o olhar vai por detrás da cordilheira
onde a morte se oculta derradeira.
E o corpo celeste é dançarino
na corda que vai sobre o precipício
que desde o início já não tem idade
mas, guarda profundo a vivacidade
pois dela emana todo meu indício;
e a lembrança é um soneto vespertino.