Morri de Amor
Vivi um amor, e o acumulei no peito
Por ti, platônico, que sem desculpas
Feriu-me a alma, na qual sem culpa
Jaz, mórbido, em seu próprio leito.
Contive os ímpetos, nas juras de amor
As fiz no amargor, sem ti, sem guarida
Na esperança inútil, que seria perdida
Solta ao vento, como pétala sem flor.
Não me amaste, e não mais por isso
De ti, tu me afastaste, como enguiço
Sem te importares, com a minha dor.
Se um dia, sem meu amor te achares
E na tua memória, sequer me notares
É que por ti, só por ti, morri de amor.