Assim seja.
Nem menos nem mais que a própria morte
Assim seja a passagem: bem mais cômica
Com aquele sopro vago da irônica
Fazendo dela meu mais novo esporte.
Viagem ao além em melhor sorte
Num xis que guarda e aguarda a doce tônica:
Sorrir de olho fechado na hora agônica
E ver como é engraçada até a morte.
Deixar escapar o último suspiro
E ao corpo, esse nada, o nada reste
E na lápide, cunhado, este papiro:
A vida é como um verso, um suspiro,
Um nada além do fim que ao fim me reste
E na morte o mergulho e me reviro.
Josérobertopalácio