Assim seja.

Nem menos nem mais que a própria morte

Assim seja a passagem: bem mais cômica

Com aquele sopro vago da irônica

Fazendo dela meu mais novo esporte.

Viagem ao além em melhor sorte

Num xis que guarda e aguarda a doce tônica:

Sorrir de olho fechado na hora agônica

E ver como é engraçada até a morte.

Deixar escapar o último suspiro

E ao corpo, esse nada, o nada reste

E na lápide, cunhado, este papiro:

A vida é como um verso, um suspiro,

Um nada além do fim que ao fim me reste

E na morte o mergulho e me reviro.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 28/07/2013
Reeditado em 10/04/2020
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