Despedida

Quando te foste de mim estrada afora

não senti tristeza ou amargura n’alma.

Serena pousei-me na janela, calma

Entreguei-me ao fato de ires embora.

Não quis deter-me em fios e rastros

que se rasgariam de dor a qualquer hora,

alheia, deixo tecer-se com os fios de agora

o vazio no canto em que deixaste lastro.

Foi uma noite só, sereninha e poética.

A lua brilhava sem pedir estética

não pedia versos ou nada em melhora.

Foi assim que fui deitar-me no dia,

serena, mulher, entregue a calmaria

quando te foste de mim estrada afora.