Imensa e amarga culpa

Deixei morrer a luz no teu olhar.

Não pude imaginar a conseqüência

a esta minha falha, a esta imensa

e amarga falha em não saber te amar.

Deixei o amor fugir de minha mão,

não soube sustentar com pulso forte

essa felicidade, e culpo a sorte,

o azar, eu culpo todos, sem razão.

Não há maior culpado nisso tudo;

eu digo mais: não há outro culpado.

Eu quis o teu amor; não soube amar.

E agora, no silêncio em que me escudo,

eu sinto a solidão deitar ao lado

e, amargurado, quedo-me a pensar.