Busca insone

Ao meu redor não noto o teu chamado;

apuro os olhos pra te ver, não vejo;

insone, eu penso em ti, pois te desejo,

e não te sinto aqui, junto, ao meu lado.

A busca insone invade o meu soneto

enquanto a inspiração não se acabou,

pois tudo acaba, tudo finda em dor.

Restou-me o teu retrato em branco e preto

a me lembrar, em noite mal dormida,

aquele rosto lindo, aquele sol

que insiste em se ocultar do meu painel.

Aquele sol foi toda minha vida

enquanto louco, e agora eu vivo só.

Louco que fui, amei a luz no céu.