INTERMINÁVEL
Interminável é o tempo que foge,
Sua corrida jamais é inútil, vã…
Embala as mágoas sentidas hoje,
Traz a doce esperança do amanhã.
Quanto de vida perdemos na vida,
Tentando encontrar p'ra tudo sentido?
Quando chegamos ao fim da corrida
Ainda nem sequer havemos partido...
Homem que fazes? P'ra quê tanta lida,
Tanto ódio e riqueza, tanta ameaça?
Somente um punhado de areia é a vida,
Luz tênue, uma breve sombra que passa…
Ciclo que se repete, interminável,
Além do entendimento... Inexorável...
Ana Flor do Lácio
Grata, Alexandre Brito, pela sua presença e lindíssima interação. É uma honra publicar seu soneto na minha singela página. Um abraço.
BREVIDADE
Vida que passa... tão de repente...
Como gota de orvalho, ao sol exposta!
E vem-nos a certeza de que somos impotentes,
diante do tempo, que rápido se esgota!
A vida não é mais que um grão de areia
Açoitada pelo mar em inclemente fúria!
E o tempo - inexorável! - em nós semeia...
Sementes de angústia e lamúria.
O que é a vida... senão fantasia?
O que são os amores... senão ilusão?
O que é o tempo... senão sombra passageira?
Ah! O tempo! Inútil agonia
Tentar retê-lo em decrépitas mãos...
Que nada construíram em uma vida inteira!
(Alexandre Brito)