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Amargura


Guardei minhas mágoas dentro de um lenço
E sobre estas páginas, o sacudi.
As duras palavras, moí no silêncio.
Já dei por perdido o que há muito perdi.

Não levo comigo senão uma dor,
Que já nem me lembro se eu mesma escolhi.
A dor, já dormente, perdeu o amargor
Caída no tempo, penso que morri.

Mas há uma criança querendo viver,
Que dentro do peito, reclama e se agita...
Se a deixo dormir, a vida a desperta.

E esta criança quer ser, ressurgir,
Pois teima em sorrir, mostrar que está viva,
No fundo, eu entendo que ela está certa.





De Milla Pereira, uma linda interação. Obrigada, Milla!



/FORA AS MÁGOAS!/

As mágoas que surgem a gente as junta
Em lenço, um pano, ou papel de pão.
Sacode a poeira e não se pergunta
O quanto abalou a nossa emoção.

Enterra na terra, com óleo besunta
Sepulta a tristeza, esquece a aflição.
E, mesmo em momentos que elas nos assunta,
Não deixe que provoque a destruição.

A vida é feita de dor e sofrimento
Por vezes, nos leva a tal abatimento
Que nos impele ao desespero total.

Mas o universo conspira a favor
De nossos anseios, minando o agressor
Que, a todo custo, que nos causar mal!




 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 23/07/2013
Reeditado em 23/07/2013
Código do texto: T4400356
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