LIBERDADE

Oh! deusa mater de todos os direitos,
Guardiã da justiça e da ciência!
Teu nome que me inspira respeito,
Evoco com solene reverência.

Envolve-me no teu manto protetor
Embriaga-me com esperança e lucidez,
Quero sentir o afago do teu calor
E cantar teus louvores com altivez.

Nasci livre, o presídio me angustia.
Quero o lar que me faz tanta saudade.
Abraçar aqueles entes que um dia

Ensinaram-me a amar-te de verdade.
E gritar com pujante galhardia
Liberdade, liberdade, liberdade!



Este soneto foi composto nos idos de 1964, na fortaleza de Monte Serrat, em Salvador, onde fui preso político da ditadura militar.