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FOGO DE MONTURO [433]


 
O fogo que se esvoaça num pavio,
qual flama tão fugaz que se evapora,
tem tudo a ser chamado lume frio,
pois logo já se apaga e vai-se embora.

 
Por já correr que nem lençol de um rio,
mísera, a labareda não demora;
assim procede aquele amor sem brio,
carente de ter cores, mas não cora.
 

Veloz, voando ao vento, todo afeto,
talvez paixão ou termo que lhe calhe,
é de brinquedo, emigra sem trajeto.

 
Amor tem que ser fogo de monturo:
algo que dure e que ninguém o atalhe,
posto que sempre e num lugar seguro.


 
Fort., 22/07/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 22/07/2013
Código do texto: T4399641
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