NA INTIMIDADE DO POETA!





NA INTIMIDADE DO POETA!
Silva Filho


São oníricas essas cores do meu canto
Intangíveis são as flores do meu vaso
Esse frio não se aplaca com meu manto
Minha estrada não termina no Parnaso!

A verdade se opõe ao meu encanto.
A certeza contraria o meu acaso.
Descaminho foi cumprir meu acalanto,
O amor se contentou com mero caso!

A corrente desses versos quer um leito,
Transbordando pelas plagas ribeirinhas,
Lactente à procura de um peito!

Minha fome não passou das entrelinhas,
O meu choro, muito rouco, com defeito,
Não ousou chamar o amor por campainha!