RECORDAÇÕES
Lembra-te, minha amada, quando nós,
embriagados de amor, íamos ver,
naquela cachoeira, o entardecer
como pretexto pra ficarmos sós?
E enquanto a cachoeira tão veloz
caía sem parar, me punha a ler
meus versos de poesia e, com prazer,
ouvias calmamente minha voz.
“A vida – em um dos versos lhe dizia –
como essa cachoeira é tão constante!
Nunca para, jamais regressa, veja!”
E tu olhavas e me respondias:
“Aproveitemos, pois, todo este instante,
chega de ler poesias e me beija!”