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LÁGRIMAS [432]
 


Há lágrimas compridas no meu rosto
e lágrimas também em ti plantadas,
que tudo lá se foi às madrugadas
e nosso amor timbrou-se de desgosto.
 

Ainda às ouças tuas vão marcadas
minhas palavras todas, sem imposto,
 e tenho de ti mesma, a muito gosto,
as pulsações do peito e das risadas. 
 

Não chores nunca tanto assim, querida.
Para eu não ler tua alma tão sentida,
engulo o que se me escapou da língua.
 

Enxuga tu teus ais, filões à face!
Soubesse nesta nunca haver disfarce,
eu já de amores não morria à míngua.
 

Fort., 20/07/2013.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 20/07/2013
Reeditado em 20/07/2013
Código do texto: T4396292
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