NOS CORNOS AGRESTES DA VIL DESGRAÇA
Na vida que espero a divina graça,
Que sempre ilumina a difícil vida,
Que faço em maior e em gentil ferida
Nos cornos agrestes da vil desgraça.
Ardente pensar que o destino traça
Nas horas vazias de dura sida,
Desfaz pensamento que houver medida
Dum tempo que mata a fatal carcaça.
De gênio cruel em pudor ligeiro,
Negrura nos olhos de tais famintos
Lugares de merda em gentil dinheiro,
Que junta ladrões dos demais instintos
Latentes da fúria que emana inteiro
E louco viver de cerveja e absintos.
AUTOR: ANGELO AUGUSTO