A MIM, COM AMOR

Sei, tal qual sabe o medo:
há almas que se retraem
e egos que se dilatam ao enredo
de corpos que apenas traem.

Sei de egos que tudo fazem
sem zelos. Mas nada sei do segredo
dos que se perdem na defasagem
de serem eles mesmos o degredo.

Assim é que, numa manhã, bem cedo,
à vista do sol que se faz paisagem,
arrisco ser o que sou e me concedo

o perdão de não seguir a viagem
proposta. Ainda que um dedo
acusador distorça minha imagem.

Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 18/07/2013
Reeditado em 19/07/2013
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