NO PESO POSSO PÔR PENA PERFEITA

Neste vento volátil tão vendido,

Do tempo, tenho tudo em temperança;

Da sede, a sossegada segurança,

Sou puro pensamento já perdido.

Estou caro, cansado e comedido,

Da beleza belisco na balança,

Faço luzes e lanço minha lança

Em manso amor, não morto e bem medido.

De meu triste contento em mal desfeita

Paixão, que pairo e penso no presente,

Onde o passado peca por pesado.

No peso posso pôr pena perfeita,

De ser sozinho, e solto de dizente;

Que meu sentir é mesmo desprezado!

AUTOR: ANGELO AUGUSTO

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 18/07/2013
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