O RETRATO DO QUADRO

De leve e solta prata de brancura

Confinada no estreito da repinta

Apertada na tela que mais pinta

O desejo de ver futura cura.

Alma em inquieta forma de loucura,

Que se vê pelo tempo tão extinta

Ao líquido escorrido em tanta tinta

Pelo quadro da morte por secura.

De sol tórrido e agreste pensamento,

Que se esvaza de negra e de tenaz

Mágoa num coração de tal lamento.

Em um golpe dum homem já canaz,

Feito no amor de púrpuro tormento,

Lacrimeja o ciúme pertinaz.

AUTOR: ANGELO AUGUSTO

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 18/07/2013
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