ESSÊNCIA II... (Soneto Brasileiro).
Há tempos não olhava o céu desse jeito,
Como quem perdeu um voo,
Ou quem sabe, lá encima,
A olhar tão distante,
Com saudade, quem ficou.
Há tempos meu caminho virou desfiladeiro,
Acelerado, desço e vou,
Despencando aqui de cima,
Uma pedra, então, rolante,
Que do limo se soltou.
Já não há tempo para mais nada,
Alguma coisa está mudada,
Ou talvez seja apenas a minha essência.
Por misturar um leve sentir de demência,
Com um estado latente de ausência,
Esse não caber de saudade guardada.