MORADA DO AMOR
Ah, essa voz sem par que, aos meus ouvidos,
Como o canto da ave mais canora,
Soa e, de uma forma encantadora,
Inexorável, turva-me os sentidos...
Ah, essa meiguice, predecessora
Da paixão em que me sinto envolvido,
A tomar-me assim, sem alarido,
Qual força que de mim se faz senhora...
Num misto de ternura e de desejo,
O amor faz do meu peito a morada
Em que, para sempre, se estabelece...
A chama da volúpia me aquece
Ao toque, minha musa e namorada,
Inebriante e doce do teu beijo.