DA MATÉRIA COMPOSTA QUE SOU FEITO
Da matéria composta que sou feito,
Do sangue que circula nas artérias
Nas minhas duras mágoas que são sérias,
Vejo um triste passado tão desfeito.
Dos defeitos que não sou um perfeito
Ser mais desatinado e mesmo em férias
Dos vocábulos férteis sem estérias,
Nem de rudes arpejos levo jeito.
Que da minha infusão mais presunçosa
Existem meus caprichos tão secretos,
Em um tempo meu de arma belicosa.
Nos árduos pensamentos já discretos,
Desvenda-se a figura mais penosa
Dos meus sonhos de males tão concretos.
AUTOR: ANGELO AUGUSTO