Desencantos

Andei pisando os sonhos, distraída,
sem ver nos horizontes os perigos,
acreditei no amor e nos amigos,
e agora estou assim demais ferida.
 
Amantes se tornaram inimigos,
encontros transformaram-se em partidas,
o terno amor em iras desmedidas,
carinhos em perfídias e castigos.
 
Agora no lugar de etéreos sonhos,
restaram pesadelos, dos medonhos,
repletos de fantasmas do passado.
 
Sonhar! Por que sonhar? Respondo, então:
para manter, na vida, uma ilusão,
que vice dentro o peito amortalhado.

Brasília, 15 de Julho de 2013.
Livro: ESTILHAÇOS, p.28
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/07/2013
Reeditado em 16/10/2020
Código do texto: T4387749
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