VELHO RIO
As águas do rio antigo lambem as pedras
Nas tuas correntezas, elas parecem sorrir,
Nos remansos, calmos, mostram-se tristes
Onde sua face escura, afigura-se dormir
Mistérios e verdades são o que carrega
No seu velho leito de águas tão mutantes
Ora tresloucadas, despencando das alturas
Ora cruzando prados, mansas e elegantes
Oh velho rio, tens em ti, algemada minha infância
Embora tuas águas sejam novas e eu outra pessoa
Às tuas margens sonho que sou aquela criança
Mas o velho que te olhas agora, correr placidamente
Ve pelas janelas vergastadas de tua alma madura,
Que o menino, foi-se em suas águas pra sempre!