SONETO DO LADRÃO
Alma tão condenada ao seu calvário,
Pela arte de roubar os bens alheios,
Que assim fica de bolsos sempre cheios,
À custa, em quem se mostra mais otário.
Deste sujeito assim mesmo ordinário,
Que faz pecar os ricos, pobres, feios,
E bonitos, de que usam dos seus meios,
Para tentar travar este falsário.
Na sua vida humana sem verdade,
Que da maior verdade não se furta,
De levar uma vida de maldade.
Ó ladrão, não te esqueças desta curta
Mentira, de que nada em lealdade
És sujeito, do mal que mais te surta.
AUTOR: ANGELO AUGUSTO