VEREDICTO AO POETA
Um verso triste, um verso que persiste
No espinho do amor, n’alma ferida,
E mói o coração, sangra-lhe a vida
Dói-lhe como um punhal no peito em riste.
Um funesto poema ele consiste
E a vida deste tema concedida
Faz desta heresia uma saída
E manda a poesia ficar triste.
Todo este ego mínimo lhe habita:
Paga o poeta o dízimo da crença
Seja o amor bendito ou uma desdita.
Faz o verso em medida, dá-lhe corte;
Ser poeta na vida é uma sentença,
Um santo veredicto para a morte.
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Um verso triste, um verso que persiste
No espinho do amor, n’alma ferida,
E mói o coração, sangra-lhe a vida
Dói-lhe como um punhal no peito em riste.
Um funesto poema ele consiste
E a vida deste tema concedida
Faz desta heresia uma saída
E manda a poesia ficar triste.
Todo este ego mínimo lhe habita:
Paga o poeta o dízimo da crença
Seja o amor bendito ou uma desdita.
Faz o verso em medida, dá-lhe corte;
Ser poeta na vida é uma sentença,
Um santo veredicto para a morte.
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