Soneto da Voz Muda do Bosque
Da voz do farfalhar cantigas novas
e o vento adentra o bosque dos sentidos
fazendo reviver o olor das rosas
que desfaz-se a paz dos sonhos partidos.
E na noite meu uivo então invade em prosas
rubras qual os corações iludidos
e nas pétalas uma tez nua e viçosa;
luares apaixonados refletidos.
Sutil feitiço assim descrito em verso,
que resplandeceu, luziu distinto,
sentido bem pra lá de controverso;
mas no meu espelho, eu pra mim não minto
encaro meu olhar do lado do inverso
transbordando amor e dor qu’eu sinto.