PELA CULPA DA MINHA TENRA IDADE
Neste meu pensamento tão errante,
Que já de errado fui em pensamento,
Do que até me bastava este lamento
Quão demais lamentado sou amante.
Neste meu sentimento delirante,
Que foi bem delirado em sentimento,
E para mim chegava o meu contento
Do que fui contentado a cada instante.
Nesta minha verdade sou sujeito;
A que sou sujeitado na verdade,
Pelo tamanho crime, estava feito,
Dum juízo desfeito em validade
De que já validado está desfeito,
Pela culpa da minha tenra idade.
AUTOR: ANGELO AUGUSTO