Há muitos bons poetas, nem todos sonetistas. Um poeta surpreende-me, emociona-me, abala-me. Pela inesperada ausência e por essa forma de adeus a brindar-me. Estremeci, poeta. Topei na laje. Não sei se sou-lhe grato pela honra ou se lamento a sua falta. Sua ausência retira um significativo pedaço da inteligência do Recanto das Letras. Muitíssimo grato.

SONETO D'ALÉM-TÚMULO 
(Ao poeta LordHermílio Werther, data venia).


Morto estou - sepultado e esquecido.
Erro no Limbo dos poetas mortos,
Perambulando só, por tristes hortos,
A esquecer-me de já ter existido.

Do passado desfia-se o tecido,
As horas de ventura os dias tortos...
Desgarram-se as lembranças do vivido,
Que nem naus à deriva,  já sem portos.

Sopradas pelo vento, feito espuma...
Morto - nada mais há do que eu padeça;
Mas, tanto que minh'alma se consuma

Nesse clarão que, enfim, tange o seu fim,
Gritam saudades antes que eu m'esqueça:
- Dalva, faleça... e volte para mim.

(Poeta do Futuro (PdF)

Pedro, este link é pra você.
http://www.youtube.com/watch?v=P9Zp9d9fcWs


 
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 12/07/2013
Reeditado em 26/07/2013
Código do texto: T4384063
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