TARÂNTULAS
Tarântulas do medo entrançam pernas
peludas fartas farpas repulsivas
nas pernas de necroses muito internas
das ânsias da verdade em mim cativas.
E as pernas destas ânsias presas vernas
esmagam-se entre as pernas tantas vivas
e negras mais que noites de cavernas,
as pernas das tarântulas nocivas.
Tarântulas medonhas vêm me estranham
e medram seus intuitos ardilosos
com pernas crespas ásperas que entranham.
E em ríspidos temores pegajosos,
esganam meus resquícios e me arranham
os últimos metais esperançosos.